Em 2001, o concessionário VW Sopave aproveitou a onda aventureira e febre entre os consumidores de automóveis brasileiros na época, inaugurada pela Fiat com o Palio Weekend Adventure, e lançou o Gol Xtreme.
O novo carro era baseado na versão Special que, por sua vez, era produzida ainda com a carroceria da segunda geração do carro. Basicamente, a versão Special era a versão de entrada da linha Gol, mais barata possível e destinada a frotistas e ao segmento de carros de entrada, o famigerado popular. Trazia o já consagrado motor AT-1000, de 8 válvulvas, que rendia 57 cv de potência e 8,6 kgfm de torque, quando na versão a gasolina, e 61 cv de potência e 9,7 kgfm quando na versão a álcool.
Na parte externa do carro, tinhamos rodas em aço aro 14" de tala 6" (acompanhadas de pneus 175/80), quebra mato dianteiro, estribos laterais, bagageiro no teto, protetores de pára-lamas e faróis de milha, colunas das portas e tampa de combustível. Importante ressaltar que algumas dessas unidades saíram também com as rodas aro 14" de ferro do Golf MK4 e furação 5x100, necessitando adaptar os cubos de rodas dos Golf no novo modelo do Gol. Esta foi uma maneira encontrada pelo concessionário paulistano para dar fim ao estoque de rodas trocadas da linha Golf. Todos os acessórios externos citados acima são pintados em preto fosco.
Para fazer jus ao apelo aventureiro que o concessionário paulistano queria dar ao carro, foram adotados o levantamento e o reforço nas suspensões, deixando o carro 5 cm mais distante do solo, melhorando o conforto e a dirigibilidade em terrenos com imperfeições ou acidentados. Utilizou-se também pneus de perfil mais alto do que a medida original disponível para o Gol Special, carro no qual era baseado. Por causa da alteração nos pneus, a relação da transmissão manual de 5 marchas foi alongada, permitindo ao Gol Xtreme trabalhar em rotações mais baixas e com a mesma velocidade, resultando naturalmente numa maior economia de combustível.
Apesar dessas vantagens em relação ao modelo Special de série, o carro não teve uma boa aceitação do público comprador da marca e vendeu muito poucas unidades, tornando-o um raro Gol. Achar um deles atualmente original é extremamente raro, já que a maioria desses carros voltou a ser um pacato Gol Special, modelo do qual era derivado.
Apenas 2 anos após o lançamento do Gol Xtreme, a Volkswagen decidiu lançar a versão aventureira do seu automóvel mais vendido no Brasil, intitulada Gol Rallye, baseado na terceira geração do carro, conhecida como G3, ao qual falarei mais para frente.
Por sua vez, a partir de 2002, a concessionária paulistana Sopave começou a contrair inúmeros processos judiciais devido a prática de crimes de estelionato, calotes em consumidores, má administração, dentre outros, que culminaram com a retirada da concessão e descredenciamento pela Volkswagen do Brasil em 2004. A partir deste ano em que a marca alemã descredenciou e retirou a concessão da Sopave, uma das mais antigas concessionárias da marca no País entrou com pedido de falência no Tribunal de Justiça de São Paulo. Consultando o nome da sociedade empresária que representa a concessionária, encontra-se 59 processos judiciais, onde ela figura como Requerente, Requerida, Exequente e Executada.
Recentemente, a revista Quatro Rodas publicou em seu site um artigo intitulado "Gol Contra: os 7 piores Gols da Volkswagen", onde citava o Gol Xtreme em terceiro lugar.
Finalizo aqui a postagem de hoje, comentando um pouco do que foi um dos Gol G2 mais raros já feitos aqui no Brasil, por uma concessionária VW. Deixarei no post um catálogo de 2001 do Gol Special, bem como fotos do Gol Xtreme no show room da concessionária Sopave da Av. Nazaré, e também fotos dos dois únicos Gol Xtreme que encontrei ainda originais e circulando pelas ruas de São Paulo.
